Nos últimos anos, a comparação entre a performance da frota movida a diesel e a frota elétrica tem sido objeto de intenso debate. Enquanto a frota a diesel tradicionalmente dominou o cenário de transporte, a crescente preocupação com o meio ambiente e os avanços na tecnologia de veículos elétricos estão mudando o jogo. Vamos explorar mais a fundo essa batalha, analisando os aspectos de eficiência, custos e desafios associados a cada tipo de frota.
A Relação Custo-Benefício entre Caminhões e Ônibus Elétricos versus a Diesel
Qual é mais vantajoso, diesel ou elétrico?
Uma parte crucial na comparação entre a frota a diesel e a frota elétrica é o custo operacional. O preço do combustível desempenha um papel significativo nesse aspecto. Enquanto o diesel tem sido historicamente mais acessível do que a eletricidade em muitas regiões, as tendências recentes apontam para mudanças interessantes.
O histórico de preços do petróleo Brent, uma importante referência para compras de petróleo em todo o mundo, mostra uma série de flutuações desde 1980 até 2024. Essas flutuações são influenciadas por uma variedade de fatores, incluindo geopolítica, economia global, avanços tecnológicos e questões ambientais.
Em 1980, a crise do petróleo resultou em preços elevados. No entanto, na década de 1990, os preços caíram devido ao excesso de oferta. No início dos anos 2000, os preços começaram a subir novamente, atingindo um pico em 2008 devido ao aumento da demanda e à instabilidade no Oriente Médio. A crise financeira global de 2008-2009 levou a uma queda acentuada nos preços, mas eles se recuperaram nos anos seguintes.
Recentemente, em março de 2024, o preço do petróleo Brent estava em torno de 83,98 USD por barril. No entanto, é importante notar que os preços do petróleo são altamente voláteis e podem mudar rapidamente em resposta a eventos globais.
Já o custo da energia elétrica, mesmo sendo um recurso essencial para a vida moderna, tem sido uma preocupação crescente para muitos brasileiros. Nos últimos dez anos, a tarifa residencial de energia elétrica aumentou 82%, com o custo do Megawatt-hora passando de R$ 340,90 em 2011 para R$ 622,20 em 2021.
Nos últimos 8 anos consecutivos, a energia elétrica foi reajustada acima da inflação. Em 2023, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) previu um crescimento médio de 5,6% nas tarifas de energia elétrica. Além disso, a energia elétrica acumulou alta de 114% em sete anos, enquanto a inflação foi de 48%.
Vários fatores contribuíram para o aumento dos preços da energia elétrica. Entre eles, o custo de distribuição, que cresceu de 2020 a 2022 devido a revisões extraordinárias, privatizações e fortes investimentos. Além disso, a inclusão de um passivo financeiro da Rede Básica Existente que não foi pago de 2013 a 2017 e a expansão do sistema elétrico pressionaram a tarifa de transmissão.
Para manter o equilíbrio financeiro dos contratos de concessão das distribuidoras de energia, foram criados três mecanismos pelos quais as tarifas de fornecimento das distribuidoras podem ser revisadas: o reajuste tarifário anual, a revisão tarifária periódica e a revisão tarifária extraordinária.
Nesse contexto, a escolha entre uma frota a diesel e uma frota elétrica não pode ser feita de forma simplista. É essencial considerar não apenas os custos atuais, mas também a volatilidade e as tendências futuras dos preços de combustível e energia elétrica. Além disso, políticas governamentais, avanços tecnológicos e questões ambientais desempenharão papéis críticos na determinação da viabilidade econômica e ambiental dessas frotas. Em última análise, uma abordagem estratégica e holística é necessária para garantir escolhas eficazes e sustentáveis no que diz respeito à operação de frotas de veículos.
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Tendência de transição diesel versus elétrico
A transição para veículos elétricos tem sido um tópico de discussão em muitos setores, incluindo o de transporte de carga e passageiros. Caminhões e ônibus elétricos prometem ser uma alternativa mais sustentável e econômica em comparação aos veículos movidos a diesel. No entanto, a adoção desses veículos ainda enfrenta desafios, como o alto custo inicial e a infraestrutura de recarga insuficiente.
Embora os veículos elétricos tenham um custo inicial mais alto, eles tendem a ser mais econômicos a longo prazo. Um ônibus elétrico pode custar até três vezes mais que um a diesel. No entanto, os custos operacionais dos veículos elétricos são geralmente mais baixos. A eletricidade costuma ser mais barata do que o combustível nas cidades, e o motor elétrico apresenta um rendimento de quase 90% versus os quase 40% do movido a diesel. Além disso, a manutenção de veículos elétricos é mais barata, pois eles são compostos por menos peças.
Por outro lado, os veículos elétricos não emitem gases poluentes, contribuindo para a redução da poluição do ar. Além disso, eles são mais silenciosos do que os veículos a diesel, contribuindo para a redução significativa da poluição sonora.
O mercado de caminhões e ônibus elétricos está crescendo. No Brasil, as vendas de caminhões e ônibus elétricos e a gás cresceram 550% em 2022⁵. Apesar do volume ainda ser pequeno, os emplacamentos mostram um ritmo constante de evolução⁵. Globalmente, o tamanho do mercado de caminhões elétricos é estimado em US$ 41,67 bilhões em 2024, e deverá atingir US$ 128,26 bilhões até 2029.
Portanto, embora os veículos elétricos tenham um custo inicial mais alto, eles oferecem benefícios significativos a longo prazo, tanto em termos de economia de custos operacionais quanto de impacto ambiental. Com o crescimento contínuo do mercado de veículos elétricos, é provável que eles se tornem cada vez mais competitivos em relação aos veículos a diesel. No entanto, ainda são necessários investimentos em infraestrutura de recarga e políticas de incentivo para acelerar essa transição.
Desafios da Infraestrutura Elétrica
Embora os veículos elétricos ofereçam vantagens em termos de eficiência energética e redução de emissões, existem desafios significativos associados à infraestrutura necessária para suportar uma frota elétrica em grande escala.
Os custos dos carregadores e a infraestrutura necessária para suportar o carregamento de uma grande frota elétrica podem ser proibitivamente altos para algumas empresas. Além disso, muitas subestações de energia não estão preparadas para lidar com a demanda adicional de energia necessária para carregar uma frota elétrica em larga escala.
A distância entre os veículos para carregamento e o tempo necessário para carregar as baterias também são desafios importantes. Muitas garagens e locais de operação não estão equipados com a infraestrutura necessária para permitir o carregamento eficiente de múltiplos veículos simultaneamente. Além disso, o tempo de carga pode ser um obstáculo para empresas que precisam manter seus veículos em operação durante longos períodos de tempo.
A autonomia limitada dos veículos elétricos também é uma preocupação, especialmente para operações de longa distância. Embora as baterias dos veículos elétricos tenham melhorado significativamente em termos de capacidade e alcance, ainda há limitações em comparação com os veículos a diesel, o que pode restringir sua viabilidade em certos contextos operacionais. Por conta disso, a maior parte das aplicações de frotas eletrificadas hoje ocorre nas que fazem distribuição urbana ou operações que rodem menos que 300km por dia.
Conclusão
A batalha entre a frota a diesel e a frota elétrica está longe de terminar. Embora os veículos elétricos ofereçam vantagens claras em termos de eficiência energética e redução de emissões, existem desafios significativos a serem superados, especialmente em relação à infraestrutura necessária para suportar uma frota elétrica em grande escala.
No entanto, as tendências de preços sugerem que os veículos elétricos estão se tornando cada vez mais acessíveis em comparação com seus equivalentes a diesel, o que pode impulsionar ainda mais a adoção dessa tecnologia no futuro. Com investimentos contínuos em infraestrutura e avanços na tecnologia de baterias, a transição para uma frota elétrica pode se tornar uma escolha ainda mais atraente para empresas que buscam uma combinação de eficiência, sustentabilidade e economia de custos.
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